A pressão que suspendeu Kimmel é a mesma que condena comediantes no Brasil.
O cerco ao riso é global, e o preço da piada nunca esteve tão alto. A crise que atingiu Jimmy Kimmel nos EUA e as condenações de Léo Lins e Danilo Gentili no Brasil são dois lados de um mesmo problema: a intolerância de grupos poderosos em silenciar comediantes.
O Alerta Americano: Censura Corporativa e Política
A crise mais recente e de maior repercussão global foi a suspensão indefinida de Jimmy Kimmel pela ABC. Ele foi punido por criticar a forma como políticos capitalizaram o assassinato de Charlie Kirk.
- Ameaça Sistêmica: O caso de Kimmel não foi censura legal, mas corporativa sob pressão política. Autoridades sinalizaram que a crítica de Kimmel poderia custar caro à emissora, gerando um “efeito inibidor” (chilling effect) em toda a TV americana.
- A Lição: Quando o poder (seja ele governamental ou corporativo) dita o que é aceitável, a liberdade morre por autocensura.
O Risco Brasileiro: A Pressão Ativista e o Código Penal
No Brasil, a ameaça ao humor tem uma raiz diferente, mas um resultado mais grave: a ação penal. A crítica é que a esquerda ativista e os movimentos identitários passaram a usar o Judiciário para criminalizar o que consideram “politicamente incorreto”.
- Léo Lins: Prisão por Arte: A condenação de Léo Lins à oito anos de prisão por racismo recreativo é o ápice dessa perseguição. Críticos do ativismo argumentam que essa decisão é o resultado da pressão que elevou a ofensa a minorias ao status de crime de alta gravidade, desproporcional para uma performance artística.
- Danilo Gentili: O Enquadramento da Sátira: A condenação de Danilo Gentili por injúria contra uma figura pública revela o enfraquecimento da sátira política. Ao defender a honra do político com o Código Penal, a Justiça atende à demanda de setores que não suportam a crítica e o deboche.
O Silêncio é uma derrota
A luta de Kimmel contra o corporativismo e a de Gentili e Lins contra a perseguição judicial se unem no mesmo princípio: a liberdade de expressão deve ser irrestrita.
Se o humor é de mau gosto, a resposta não pode ser a cadeia; deve ser o contraponto, o debate livre e a vaia do público. Usar o Estado para calar comediantes é o maior sinal de fraqueza de uma democracia.
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